Encontro-me numa terra distante,
distante da minha.
Uma terra onde,
por vezes,
avisto o pescador
que lança ao rio a sua rede,
aguardando por um bom peixe
que alimente a sua preocupação,
a sua humilde gente,
a sua sede.
Todos os dias,
vai em busca de uma nova esperança,
procurando o braço do rio judeu,
aguardando um novo amanhecer,
um novo começo,
um novo céu.
As suas mãos
são a arma da sua sobrevivência.
E o seu olhar reflete-se à superfície do rio
que não cessa de brilhar.
No rio,
ele mergulhará as suas mãos,
revelando a Deus a sua arte de pescar.
Mãos que denunciam uma arte ancestral,
cuja pele queimada pelo sol
não o faz desistir.
Pobre pescador que,
todos os dias,
se prepara para o que há de vir
sem nunca cessar de pescar,
sem nunca desistir.
Cristina Pinto,
15-11-2014
fotografia in: http://www.panoramio.com/photo/52789797
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