Sentada
sobre a cama, paro por um momento. E eis que entram os risos de uma criança
pela janela dentro.
Inocência
hilariante que contagia a minha alma solitária: que melodia singela: risos que
abriram a minha janela.
Perto
da minha zona de residência, os pupilos, aquando o recreio, devem estar a
saltar à corda, a correr ou a cantar.
Cerro
os meus olhos para continuar a ouvir. Resguardo-me no meu silêncio e agradeço o
que eu estou a sentir.
Elas
vivem no mundo da brincadeira onde reina a imaginação. Com a sua criatividade
brincam, e brincam em contramão.
Talvez
as meninas estejam a saltar à corda do tempo, sentindo a brisa suave do vento.
Talvez
os meninos chutem a bola ou estejam prontos a devorar o que trazem na sua
sacola.
E
ponho-me a imaginar o que estarão a fazer, sentindo saudades da criança que fui
e que já não sou. Eu mudei, e o meu tempo de menina já lá vai. Olhando para
trás, tudo mudou.
Amanhã,
será um novo dia. E as suas risadas voltarão a encher-me de alegria.
E
adormeço num mundo de fantasia: volto a ser criança como que por magia.
E
volto a nascer. E volto a reviver o que fui e o que, provavelmente, continuo a
ser.
Adormeci
embalada pela mãe.
Voltei
a ser criança.
Imagem in:
http://www.terapiadecrianca.com.br/brincadeira-de-crianca/
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