O nosso colega Joaquim Saial, um ilustre professor aposentado da nossa escola premiou-nos com este poema inédito.
Eis uma breve biografia do autor:
"Joaquim Saial
(1953, Vila Viçosa) é mestre em História da Arte e licenciado em Ciências
Humanas e Sociais. Bolseiro da FCG e docente dos ensinos médio e universitário
(INP e UCP-Lx), publicou “Estatuária Portuguesa dos Anos 30–1926-40”, 1991;
“Manuel Gamboa. A Arte por Vida”, 1998; “Capitania, Romance de Cabo Verde”,
2001, “Seixal. Arte Pública”, 2009 (esgotados) e “Poemas para a Hora de Ponta
(2020). Participou noutros sete livros e escreveu centenas de artigos em
publicações de Portugal, Cabo Verde, Espanha e Roménia e em catálogos de arte,
dezenas de palestras sobre arte, cultura e história e diversas outras
actividades, na área da cultura e arte, em Portugal e no estrangeiro.
Foi
professor de Língua Portuguesa e História durante cerca de 25 anos na Escola do
2.º e 3.º Ciclos Dr. António Augusto Louro, Arrentela, Seixal, onde para além
da docência exerceu vários cargos. O hino da escola, cuja música é da autoria
da professora Ana Homem, tem letra de Joaquim Saial."
O
maldito
Ei-lo,
não o vejo
mas ele está ali,
atrás daquele carro,
nas pedras da calçada,
junto à linha do rio,
após o arvoredo.
Ei-lo, não o vejo
mas ele está acolá,
no velho hospital,
naquela máscara,
nas luvas cirúrgicas,
colado à vidraça.
Ei-lo, não o vejo
mas ele está além,
nos rostos do povo,
nos ecrãs da televisão,
nos caixões em fila,
frente ao crematório.
Ei-lo, não o vejo
mas ele está aqui,
eterno na nossa vida,
já dentro das almas,
no percurso do Homem,
escrito na sua História.
Para
sempre!
Joaquim Saial
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